Salário emocional: por que o RH deve oferecer mais do que um valor monetário aos colaboradores?
O novo modelo de mercado trazido pela globalização é acompanhado de uma série de mudanças na mentalidade dos colaboradores, e uma delas refere-se ao fato de que outras condições são mais importantes do que seu salário. É nesse contexto que entra o salário emocional.
Isso significa que, se antes um candidato competia para conseguir determinado emprego, hoje, são as empresas que precisam se esforçar para ter a atenção desses profissionais e mantê-los em seu quadro de colaboradores por um longo tempo.
E o fator principal a ser considerado não é mais o salário líquido, e sim benefícios que possibilitam o desenvolvimento de uma boa saúde mental do colaborador, como plano de carreira, horários de trabalho mais flexíveis e possibilidade de capacitação.
Em outras palavras, a felicidade de um trabalhador não pode ser “comprada” com o salário oferecido, mas sim alcançada com tudo o que promove a saúde no trabalho, possibilitando ainda a prevenção do distúrbio emocional conhecido como burnout.
Esse é, resumidamente, o conceito de salário emocional, que será melhor aprofundado ao longo desta leitura. Você também irá conhecer sua importância, os tipos existentes, além de dicas para implementar em sua organização.
- A importância do salário emocional para empresas e colaboradores;
- Quais são os tipos de salário emocional?;
- Dicas para implementar.
A importância do salário emocional para empresas e colaboradores
Quando uma empresa volta seus esforços para o capital humano e oferece o salário além do valor monetário aos seus colaboradores, ambas as partes são beneficiadas.
Uma prova disso é o aumento da produtividade das equipes e o bom clima organizacional que é gerado, além de vantagens como:
- Estabelecimento de uma cultura organizacional;
- Engajamento entre equipes;
- Mais qualidade de vida;
- Comprometimento com as entregas.
Isso porque nem sempre existe a possibilidade de oferecer um aumento no salário, mas não quer dizer que os colaboradores não possam ser compensados pelos seus esforços e comprometimento.
Alguns exemplos que ilustram esse cenário são: promover o reconhecimento aos colaboradores, realizar avaliações com frequência e o aprimoramento da comunicação interna. Essas ações demandam pouco ou nenhum investimento financeiro.
Ademais, é válido mencionar que, ao oferecer horários de trabalho flexíveis, a organização contribui para que as pessoas possam equilibrar sua vida profissional com a vida pessoal.
Como consequência, isso gera um maior bem-estar emocional e há maior motivação para a entrega das tarefas, que pode levar ao reconhecimento por parte da liderança.
Ao mesmo tempo, as instituições devem considerar o incentivo ao autodesenvolvimento que é dado aos colaboradores de maneira pessoal e profissional, que pode acontecer por meio de cursos de capacitação de talentos ou de idiomas, mentoring, coaching, entre outros.
Em resumo, ainda que o salário emocional não seja obrigatório por lei, ele é muito importante e deve ser oferecido pelo RH, pois desperta nos colaboradores o desejo de continuar trabalhando na empresa.
Quais são os tipos de salário emocional?
Diversos benefícios e ações podem ser inseridos neste contexto, de modo a ter impactos positivos na saúde mental de todas as equipes.
Pensando nisso, uma empresa pode trabalhar esse benefício de várias maneiras, considerando o perfil de seu quadro de colaboradores. São algumas possibilidades:
- Benefícios corporativos primordiais como VT, VR e VA;
- Benefícios não obrigatórios, como Vale-Presente;
- Ginástica laboral;
- Ambientes de lazer;
- Horários de trabalho flexíveis;
- Remuneração variável;
- Auxílio creche;
- Auxílio psicológico e outros programas sociais;
- Treinamentos de competências mais específicas.
Como mencionamos, há empreendimentos que não podem realizar grandes investimentos financeiros, e como o salário emocional não conta com nenhuma regra particular, é possível apostar em outros tipos de recompensas.
A adoção de feedbacks e avaliações diretas aos colaboradores, ações em datas comemorativas, estímulo ao aprendizado, programas de treinamento de liderança e demais programas motivacionais e com foco no autoconhecimento, são bons exemplos disto.
Dicas para implementar
Algumas medidas podem ser necessárias para promover a implementação deste salário, que vai muito além do valor monetário, e dentre elas está o conhecimento dos colaboradores. Afinal, entender o perfil de quem trabalha no negócio pode ajudar a encontrar as melhores soluções para promover mais satisfação.
Além disso, a liderança deve possuir um alto engajamento para ser capaz de transformar o ambiente de trabalho e trazer satisfação aos colaboradores. Isso porque são os líderes que irão conduzir todo esse processo de desenvolvimento e prática do salário emocional!
Outro ponto que merece destaque é a necessidade de todos os departamentos atuarem em unicidade, visando atingir um objetivo em comum.
Essa união possibilita a construção de uma forte cultura organizacional, que mostra aos demais colaboradores a possibilidade de crescimento pessoal e profissional dentro da empresa.
Por fim, o salário emocional possui grande influência no aumento da satisfação dos colaboradores, que entregam excelentes resultados para a empresa. Ou seja, é uma via de mão dupla, em que todos são beneficiados.
Com o tema da valorização da saúde mental em alta, é importante que o departamento de RH das organizações esteja atento e adote medidas que tenham foco na saúde do trabalho, afinal, não há dinheiro que possa comprar o bem-estar dos colaboradores!